domingo, 19 de agosto de 2012

Tinha aqui em rascunho: Um amor nunca substitui o outro

 
Hoje disseram-me: 
"Vê lá se ela não come e cala e até chora para se ir embora..."
Sorri. Por ser mesmo verdade. Por estar a queimar os últimos cartuxos no blog de tudo e a agir e a custar tanto ou mais como se fosse para ficar.
Gosto de ficar acordada até mais tarde, gosto de ser a última a deitar-me, gosto de aproveitar sozinha o silêncio que paira nesta casa, gosto que lhe dizer todas as noites que lhe estou grata por ser o meu teto, gosto de conversar na varanda, gosto de me debruçar e olhar para a lua, gosto de contar as estrelas sem apontar, gosto de arrastar a fala nos assuntos importantes, gosto de enrolar a língua quando algo não me convém, gosto de sorrir quando sei que não tenho razão mas não quero admitir, gosto de conversas de varanda, gosto de me aperceber que com o passar dos anos as conversas, o tom de voz e o grau de importância dos assuntos de todas as conversas na varanda mudam, gosto de ser filha da minha madrinha, gosto que ela, acima de qualquer outra pessoa, conte duas, gosto que as pessoas digam o mesmo, gosto de pensar que apesar de não ter mãe nem pai tenho as melhores pessoas que escolhi para esse papel, gosto de gostar ? da minha mãe e do meu pai, gosto de gostar mais da minha madrinha do que da minha mãe e de não comparar o meu paidrinho com o meu pai, gosto de não ser filha única, gosto de ser a irmã mais nova, gosto de ser a filha mais velha, gosto das conversas quentes, dos sorrisos marotos e dos pensamento pecaminosos entre os adultos da bolha (entenda-se a Casa), gosto de conversas sérias, gosto que expressem opiniões e não se limitem à minha (tantas vezes a acabar com um sorriso à falta de razão), gosto de sarcasmo, gosto de humor negro, gosto de piadas secas, gosto de ironia, gosto de assuntos inesperados, gosto que me surpreendam, gosto que digam o que pensam, gosto de novidades, gosto do cheiro a café na varanda e do cheiro a tabaco de varanda. Se pudesse voltar atrás... fazia tudo igual. Tentamos convencer-nos que não. mas muito provavelmente só mudaríamos as vírgulas de sítio, se mudassemos... É um dos ses que menos gosto. Não é o se que está mal, é o verbo. O não conseguirmos mudar/moldar-nos o que, quem e como somos por nós ou por alguém.

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